sexta-feira, 5 de março de 2021

Crescimento econômico e geração de empregos formais no Piauí no século XXI: uma vista nos dados

 



A tabela acima, montada a partir de dados extraídos do Sistema de Contas Regionais - SCR (do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), bem como do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED (do saudoso Ministério do Trabalho e Emprego - MTE), revela algo no mínimo curioso e relevante para a discussão de políticas públicas e sobre a "adequabilidade" de um "projeto de desenvolvimento" baseado no agronegócio, ao menos para o Piauí: em 2017, ano com a maior taxa de crescimento econômico da série histórica atual, o estado teve uma geração líquida de empregos irrisória. 

 Observando-se os dados de valor adicionado por setor, observa-se que o maior responsável pela "taxa chinesa" de crescimento de tal ano foi precisamente o setor de agropecuária -- puxado, é claro, pelo agronegócio. 

Oras: uma baixa geração de empregos formais em paralelo a uma expansão considerável do produto é um resultado previsível tendo em vista 1) a alardeada e propagandeada produtividade do trabalho no setor e 2) um predomínio da informalidade nas relações de trabalho.