sábado, 9 de agosto de 2014

Descriminalização da maconha e a luta contra as drogas ilícitas

'''O dia em que a América venceu a guerra contra as drogas.''

Dentre as polêmicas recentes na discussão política brasileira está a questão do combate às drogas (e os métodos deste), especialmente a maconha - que é considerada uma droga leve, mais que o álcool. As pesquisas científicas sobre os efeitos da erva no organismo são abrangentes e divergentes, de forma que não é possível um consenso acerca disso. Entretanto, é possível discutir a eficácia da estratégia adotada pelo governo atual.

 Trata-se de um modelo inciado em 1970 nos EUA, no mandato do presidente Richard Nixon - o mesmo que deu suporte ao golpe de Estado no Chile em 1973 -, intitulado ''Guerra às drogas'', que se baseia em forte repressão policial e penal. A nível global, o resultado disso foi um gasto de aproximadamente US$ 1 trilhão e cerca de 40% de toda a população carcerária mundial presa por causa das drogas, segundo pesquisa da London School of Economics. Estudiosos como Mark Kleiman - professor de Políticas Públicas na Universidade da Califórnia, em Los Angeles - afirmam que, ainda sim, o consumo de drogas ilegais não diminuiu; pelo contrário, constata George Soros, um megainvestidor e ator influente no cenário econômico mundial: esse modelo teria fomentado um imenso mercado negro, gerador de violência, através dos cartéis de drogas e seus usuários, o que fez da segurança pública um problema crônico na América Latina.

 Diante disso, qual deveria ser a estratégia do governo? As experiências holandesa e uruguaia sugerem que uma forte regulação do governo sobre a venda da Cannabis  pode contribuir de forma crucial para o fim do mercado ilegal, gerar lucro para o Estado e (se aliado ao aumento geral do padrão de vida, por meio de redistribuição de renda, cuidado médico, educacional e habitacional e abundância de oportunidades, além de um bom uso da publicidade) reduzir drasticamente o número de pessoas no grupo de consumidores em potencial. Quanto às drogas mais pesadas, um exemplo de política progressista e eficiente é a que toma forma no programa ''Braços Abertos'', do prefeito Fernando Haddad, em São Paulo.

 Ao contrário do senso comum belicoso e autoritário, tais medidas têm mais chance de sucesso porque atacam as causas do problema, ao invés das (tão-somente) consequências.

Fontes de pesquisa:

http://www.polbr.med.br/ano13/prat0613.php
https://www.youtube.com/watch?v=uPIGUbfPzpw
http://www.brasil247.com/pt/247/favela247/139172/A-guerra-%C3%A0s-drogas-j%C3%A1-custou-US$-1-trilh%C3%A3o.htm
http://www.lse.ac.uk/newsAndMedia/news/archives/2014/05/EndWarOnDrugsReport.aspx
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,guerra-as-drogas-nao-diminui-consumo,1172466
http://www.brasildefato.com.br/node/12844
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Carl-Hart-o-problema-da-guerra-as-drogas-no-Brasil-me-lembra-o-Apartheid/5/30960
http://terramagazine.terra.com.br/blogterramagazine/blog/2014/02/14/bracos-abertos-reduziu-consumo-de-drogas-na-cracolandia-em-ate-70-diz-haddad/
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/01/haddad-diz-que-53-usuarios-tentam-largar-crack-apos-bracos-abertos.html
http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/2236


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