terça-feira, 3 de março de 2015

72% da população da Hungria afirma que vivia melhor no socialismo

Hungria - LibreRed - [Tradução do Diário Liberdade]




 Enquanto a Ucrânia avança para o que considera ser o seu sonho europeu, dentro da UE cada vez são mais os países que veem as suas esperanças frustradas. A Hungria á um de eles, onde 72% da população afirma que vivia melhor sob o socialismo.

 A União Europeia, símbolo do apoio e de força econômica, um grupo exclusivo de Estados com uns níveis de vida exigentes, mas que em ocasiões acaba afogando. "Tenho 72 anos e continuo a trabalhar, porque agora não poderia viver da minha pensão. Não poderia manter a qualidade de vida que tinha há 50 anos", comenta um residente em Budapeste, capital da Hungria. "As faturas têm subido mais depressa do que as pensões. Há 20 anos um podia reformar-se aos 55 e viver tranquilamente. Agora é impossível. Continuo a trabalhar", explica uma mulher.

 O estudo, realizado por Pew Research, um centro de investigações que analisa a opinião pública, evidenciou em 2010 que 72% dos húngaros estavam seguros de que a situação atual da maioria da população do país era pior que sob o comunismo. Ainda mais: 94% qualificou a economia do país em geral como "má". Desde então, a situação não parece ter mudado muito.

"Os últimos dez anos desperdiçaram-se. O nível de vida dos húngaros é inferior ao de há uma década. O consumo familiar é inferior ao de então e o investimento também. Por isso, esta visão da população condiz com a realidade", comenta András Vértes, presidente do Centro de Investigações Econômicas GKI.

 No entanto,  nesta visão existe uma brecha geracional. Quem não conheceu os tempos comunistas, está satisfeito com a nova etapa que lhe tocou viver. "Estou contente com o nível de vida atual. Creio que é muito mais fácil sair do país e viajar. Acho que a entrada na Uniao Europeia foi um passo acertado para a Hungria", comenta uma jovem residente em Budapeste. "A capital melhorou, por exemplo, agora temos novas infraestrutura graças aos fundos europeus", destaca outra jovem.

 Segundo dados oficiais, quase 30% do total dos investimentos no antigo país socialista proveem de sócios da União Europeia. "Não seria honesto dizer que não temos influência de Bruxelas nas nossas políticas, (...) mas é  importante manter a maior margem de manobra, tanta liberdade como for possível, soberania nacional e a capacidade do Governo de velar polos interesses do país (...). Estamos a tentar olhar ao este para estabelecer relações comerciais com países da Ásia Central, com ex repúblicas soviéticas e também com outros países de oriente. Mas isso leva tempo", pontua Gábor Orbán, secretário de Estado do Ministério da Economia da Hungria.

 Apesar de a Hungria reconhecer os compromissos que supõem fazer parte do clube europeu, ainda está fora da eurozona: os preços continuam a estar em florins. O Governo não prevê a adoção do euro nem no curto nem no médio prazo.

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