''Já observamos que o salário e a propriedade privada têm origem idêntica. Certamente, o salário, tal como produto ou objeto do trabalho, o próprio trabalho remunerado, constitui apenas uma consequência necessária da alienação do trabalho (o operário é quem produz as mercadorias, mas estas não lhe pertencem). No sistema de salários, o trabalho aparece não como fim em si mesmo, mas como escravo do salário. Iremos desenvolver mais tarde o último ponto e, por enquanto, veremos apenas algumas consequências.
Um aumento forçado dos salários (deixando de lado todas as dificuldades e, sobretudo, que tal anomalia só poderia manter-se pela força) não passaria de uma melhor remuneração dos escravos e não restituiria o significado e o valor humanos nem ao trabalhador nem ao trabalho.
A própria igualdade de salários, que Proudhon determina, mudaria exclusivamente a relação do atual trabalhador com seu trabalho no interior da relação de todos os homens com o trabalho. A sociedade será concebida, agora, como um capitalista abstrato.'' - Karl Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844), ''O trabalho alienado''
''Assim como diferem os custos de produção de força de trabalho de diferente qualidade, têm que diferir, também, os preços das forças de trabalho aplicadas nas diferentes indústrias. Por consequência, o grito pela igualdade de salários assenta num erro, é um desejo oco, que jamais se realizará. É um rebento desse falso e superficial radicalismo que admite as premissas e procura fugir às conclusões. Dentro de qualquer sistema de salariado, o preço da força de trabalho se fixa como o de qualquer outra mercadoria, e como distintas espécies de força de trabalho possuem diferentes valores, ou exigem para a sua produção distintas quantidades de trabalho, necessariamente têm que ter preços distintos no mercado de trabalho.
Pedir uma retribuição igual ou simplesmente justa, na base do sistema de salariado, é o mesmo que pedir liberdade na base do sistema de escravatura.'' - Idem, idem, ''Salário, preço e lucro''
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