domingo, 1 de junho de 2014

O que é secularismo?, por Robert G. Ingersoll



''Várias pessoas têm me perguntado sobre o significado deste termo.

Secularismo é a religião da humanidade; ele abrange os assuntos deste mundo; está interessado em tudo que toca o bem-estar de um ser senciente; advoga a atenção para o planeta particular em que nós por acaso vivemos; significa que cada indivíduo conta para algo; é uma declaração de independência intelectual; significa que os bancos da igreja são superiores ao púlpito, que os que carregam os fardos colherão os frutos e que aqueles que enchem a sacola segurarão as rédeas. É um protesto contra a opressão teológica, contra a tirania eclesiástica, contra ser o servo, o súdito ou o escravo de qualquer fantasma, ou do sacerdote do fantasma. É um protesto contra o desperdício desta vida por uma da qual não sabemos. Ele propõe que deixemos os deuses tomar conta de si mesmos. É um nome alternativo para o bom senso; isto é, a adaptação dos meios para tais fins como são desejados e entendidos.

O secularismo acredita na construção de um lar aqui, neste mundo. Ele confia no esforço individual, na energia, na inteligência, na observação e na experiência em vez de no desconhecido e no sobrenatural. Ele deseja ser feliz neste lado do túmulo.

Secularismo significa comida e lareira, teto e vestimenta, trabalho razoável e lazer razoável, o cultivo dos gostos, a aquisição do conhecimento, o gozo das artes, e promete à raça humana conforto, independência, inteligência e acima de tudo liberdade. Significa a abolição das rixas sectárias, dos ódios teológicos. Significa o cultivo da amizade e da hospitalidade intelectual. Significa o viver por nós mesmos e uns pelos outros; pelo presente ao invés do passado, por este mundo ao invés de outro. Significa o direito de expressar seu pensamento a despeito dos papas, pastores e deuses. Significa que a ociosidade impudente não mais viverá do trabalho de homens honestos. Significa a destruição do negócio daqueles que comercializam medo. Propõe dar serenidade e conteúdo à alma humana. Ele apagará as chamas da dor eterna. Ele batalha para nos livrar da violência e do vício, da ignorância, da pobreza e da doença. Vive pelo sempre presente hoje, e o sempre vindouro amanhã. Ele não acredita em rezar e receber, mas em auferir e merecer. Considera trabalho como adoração, a lida como oração, e sabedoria como a salvadora da raça humana. Ele diz para todo ser humano 'Tome conta de si mesmo para que possa ajudar os outros; adorne sua vida com as joias chamadas bons atos; ilumine seu caminho com a luz chamada amizade e amor'.

Secularismo é uma religião, uma religião que é entendida. Ele não tem mistério algum, murmúrio nenhum, nem padres, cerimônias, falsidades, milagres ou perseguições. Ele considera os lírios do campo e pensa no amanhã. Ele diz ao mundo inteiro 'Trabalhe para que possa comer, beber e vestir-se; trabalhe para que possa usufruir; trabalhe para que possa não querer; trabalhe para que possa dar e nunca necessitar'.''

___________________________________________________________________________

2 comentários:

  1. Não há nenhuma esperança de vida eterna e ainda zombam de quem nisso acredita. Se vocês secularistas estiverem certos, quando chegar o fim de nossas existências, nada perderemos. Mas se os cristãos estiverem com a razão e se, de fato, existir vida eterna, conforme prometeu JESUS CRISTO aos Seus seguidores, o que farão vocês quando descobrirem, tarde demais, que se enganaram? Que farão vocês na Dia do Juízo? Se este dia é fruto de nossa imaginação, nada perderemos por ter acreditado nele, mas vocês secularistas perderão tudo ao se depararem com uma verdade que zombaram até o último instante de suas existências. Pensem nisso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sobre o fim da existência, acho que posso citar o grande Russel: a felicidade não deixa de ser verdadeira só porque tem de acabar. E quanto ao segundo tópico: Jesus prometeu seu retorno para antes daquela geração falecer. Com o passar dos tempos, a esperança do retorno dele em vida tornou-se esperança de um retorno do mesmo no futuro, e essa transformação se deu no processo de escritura dos testamentos (todos tendo por base Marcos), que foram longamente adulterados com o passar da história. Leia os livros do historiador do N.T. Bart D. Ehrman que você verá isso, e sugiro também a leitura do artigo ''A bíblia e a história'', no blog do professor Bertone Sousa, que faz uma breve introdução ao assunto. De resto, essa sua apologia da Aposta de Pascal ignora que o cristianismo é somente UM entre vários outros credos religiosos. Que farão vocês se Alá for o deus verdadeiro? Ou Brahma? Ou os deuses dos povos aborígines? Ou Tupã? A meu ver, se qualquer um desses for infinitamente bondoso e também onisciente, dará muito mais valor àqueles que valorizaram a dúvida e o pensamento crítico (os ateus e crentes agnósticos) que aos dogmatistas (os religiosos ipso factum e os ateus ''fortes'').

      Excluir